ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM
07.06.96.
Aos
sete dias do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se,
na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja,
José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion, e Letícia
Arruda. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador João Motta, os
Projetos de Lei do Legislativo nºs 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85 e 86/96
(Processos nºs 1556, 1557, 1558, 1559, 1560, 1561, 1562, 1563, 1564 e 1567/96);
pelo Vereador Nereu D’Ávila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 74/96 (Processo
nº 1512/96), 01 Emenda nº 01, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 128/95
(Processo nº 2342/95), 01 Emenda nº 01, ao Projeto de Lei do Executivo nº 31/96
(Processo nº 1515/96) e pelo Vereador Raul Carrion, 01 Emenda nº 04, ao Projeto
de Lei do Executivo nº 67/95 (Processo nº 2401/95). A seguir, foi aprovado o
Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando licença para tratar de
interesses particulares, no dia de hoje, assumindo o Suplente Gerson Almeida
que integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Do EXPEDIENTE constaram:
Ofícios: nº 01/96, do Presidente da Comissão Externa constituída para
acompanhara a situação do Jardim Leopoldina junto ao DEMHAB, Vereador Milton
Zuanazzi, nº 134 e 136/96, do Senhor Cézar Augusto Busatto, Secretário de
Estado da Fazenda, nº 249/96, do Prefeito Municipal de Porto Alegre; Telegramas:
da Senhora Maria do Carmo Bueno, Deputada Estadual, da Senadora Emília
Fernandes, do Senhor Arno Frantz, Deputado Estadual, do Deputado Estadual José
Otávio Germano e do Senhor Augusto Nardes, Deputado Federal; Cartões do Senhor
Carlos Appel, Secretário da Cultura do Estado, do Senhor Cristiano Tatsch,
Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações, do Deputado Federal
Adylson Motta e do Deputado Estadual João Luiz Vargas. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, 2ª Sessão esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 31/96.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão estiveram os Projetos de Lei do
Legislativo nº 66, 67 e 73/96, discutidos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e
João Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 71/96, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 65/96, discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Raul
Carrion, João Verle e João Dib e Projeto de Lei do Executivo nº 30/96,
discutido pelo Vereador João Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 57 e 58/96, este último discutido pelo Vereador João Dib. Logo
após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Henrique Fontana solicitando
ingresso, imediato na Ordem do Dia. A seguir, constatada a existência de
“quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento
verbal do Vereador Luiz Braz solicitando alteração da ordem de apreciação da
matéria constante nesta Ordem do Dia. Em Votação, após ser encaminhado pelos
Vereadores Artur Zanella, Edi Morelli, Jocelin Azambuja, Gerson Almeida e Raul
Carrion, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente,
por dezoito votos SIM, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/93,
com ressalva das Emendas, por dezoito votos SIM, votando os Vereadores Airto
Ferronato, Artur Zanella, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Giovani
Gregol, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Verle, Jocelin
Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion,
Letícia Arruda e Gerson Almeida. Logo após, foram aprovadas as Emendas nº 01 e
02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/93. Às nove horas e
cinqüenta e sete minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dez horas e seis minutos. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 142/95. Em Discussão Geral e
Votação, após ser discutido pelos Vereadores Jocelin Azambuja, João Motta,
Artur Zanella, José Valdir e Décio Schauren e ser encaminhado à votação pelo
Vereador Décio Schauren, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo
Vereador João Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 05/96, por vinte Votos
SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Luiz
Braz, Luiz Negrinho, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion, Letícia Arruda e
Gerson Almeida. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 25/96. Logo após, foi submetido à votação nominal solicitada
pelo Vereador João Dib Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão solicitando
seja o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 28/94 considerado em regime
de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes, obtendo
dezoito Votos SIM e um Voto NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato,
Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando
Záchia, Giovani Gregol, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion,
Letícia Arruda e Gerson Almeida e Não o Vereador João Dib. Em votação nominal
solicitada pelo Senhor Presidente, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores João Dib e Henrique Fontana, foi aprovado, por dezesseis Votos SIM e
dois Votos NÃO, Requerimento do Vereador Henrique Fontana solicitando seja
considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões
Permanentes o Projeto de Lei do Executivo nº 34/96, votando Sim os Vereadores
Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar
Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, João Verle, José Valdir, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Raul
Carrion, Gerson Almeida, votando Não os Vereadores João Dib e Luiz Braz. A
seguir, foi aprovado, por quinze Votos SIM e uma ABSTENÇÃO, o Requerimento do
Vereador Henrique Fontana solicitando seja considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes o Projeto de Lei do
Executivo nº 32/96, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente onde
Votaram Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Verle, José Valdir, Luiz Braz, Nereu D’Ávila,
Paulo Brum, Raul Carrion, e Gerson Almeida, optando pela Abstenção o Vereador
João Dib. Em continuidade, deixou de ser votado por inexistência de “quorum” o
Requerimento nº 112/96 (Processo nº 1477/96), de autoria do Vereador João Verle
solicitando Moção de Apoio à greve dos professores e funcionários das
Universidades Federais em defesa da reposição de seus salários. Durante os
trabalhos, a Requerimento do Vereador Luiz Braz deferido de plano pelo Senhor
Presidente, o Plenário fez um minuto de silêncio em memória do falecimento do
jornalista Dante Karraveta. Às doze horas e treze minutos, constatada a
inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli, Fernando Záchia e secretariados pelos
Vereadores Fernando Záchia e Luiz Negrinho. Do que eu, Fernando Záchia, 1ªº
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 07.06.1996.
-
Quando nos registros referentes ao período de PAUTA, onde se lê” (...)o Projeto
de Lei do Legislativo nº 65/96, discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Raul Carrion, João Verle e João Dib(...)”, leia-se” (...)o Projeto de Lei do
Legislativo nº 65/96, discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Raul
Carrion, José Valdir, João Verle e João Dib(...)”.
-
Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 21/93, onde se lê “(...)foi aprovado, em votação
nominal solicitada pelo Senhor Presidente, por dezoito Votos SIM, o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 21/93, com ressalva das Emendas, por dezoito
Votos SIM(...)”, leia-se “(...)foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo
Senhor Presidente, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/93, com
ressalva das Emendas, por dezoito Votos SIM(...)”.
-
Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 05/96, onde se lê “(...)e ser encaminhado à votação pelo
Vereador Décio Schauren(...)”, leia-se “(...)e ser encaminhado à votação pelo
Vereador Jocelin Azambuja(...)”.
-
Durante a ORDEM DO DIA, os registros referentes ao resultado da votação do
Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando seja o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 28/94 considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes, devem ser alterador de
“dezoito Votos SIM e um Voto NÃO” para “dezenove Votos SIM e um Voto NÃO”.
Também, deve ser acrescentado o nome do Vereador Edi Morelli à nominata dos
Vereadores que votaram Sim a este Requerimento.
-
Durante a ORDEM DO DIA, os registros referentes ao resultado da votação do
Requerimento do Vereador Henrique Fontana, solicitando que o Projeto de Lei do
Executivo nº 32/96 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião
conjunta das Comissões Permanentes, devem ser alterados de “quinze votos SIM e
uma ABSTENÇÃO”, para “ dezesseis Votos SIM e uma ABSTENÇÃO”. Também deve ser
acrescentado o nome do Vereador Edi Morelli à nominata dos Vereadores que
votaram Sim a este Requerimento.
-
Antes do registro do término da Sessão, onde se lê “(...)Durante os trabalhos,
a Requerimento do Vereador Luiz Braz deferido de plano pelo Senhor Presidente,
o Plenário fez um minuto de silêncio em memória do falecimento do jornalista
Dante Karraveta(...)” leia-se “Durante os trabalhos, a Requerimento verbal do
Vereador Edi Morelli deferido de plano pelo Senhor Presidente, o Plenário fez
um minuto de silêncio em memória do falecimento do jornalista Dante
Karraveta(...)”.
O SR.
PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Passamos à
PAUTA ESPECIAL
DISCUSSÃO
PRELIMINAR
2ª SESSÃO
PROC. 1515/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 031/96, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o ano de 1997, e dá
outras providências. Com Emendas nº 01, 02, 03 e 04.
Observações:
- o Projeto somente poderá
receber Emendas no período de PAUTA e no âmbito da Comissão - Artigos 121 da
LOM e 120, V, do Regimento da CMPA;
- em cada Sessão de
Discussão Preliminar - PAUTA (06 Sessões), poderão falar até quatro
oradores, durante quinze minutos cada um - Art. 120, II e III, do
Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos, para discutir a Pauta
Especial. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 1320/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Rua Vítor Moraes um logradouro público localizado na Av. Edgar Pires de Castro.
PROC. 1348/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Rua Paulo Fontoura Gastal um logradouro público localizado no Jardim Veronese,
no Bairro Belém Novo.
PROC. 1407/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/96, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que institui a
“Semana do Índio” no Município de Porto Alegre.
PROC. 1504/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que autoriza a
divulgação de fotos de pessoas desaparecidas no Diário Oficial de Porto Alegre.
PROC. 1514/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 030/96, que autoriza a permuta de três lotes próprios municipais localizados
na Rua 1526, Quadra “C” do Loteamento Parque São Sebastião, com imóvel de
propriedade da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Concórdia et Humanitas nº
56.
PROC. 1319/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre
a suspensão temporária das prestações dos imóveis financiados com recursos
próprios do DEMHAB a mutuários que se encontrem desempregados.
3ª SESSÃO
PROC. 1116/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/96, de autoria do Ver. Luiz Negrinho, que cria, no
Município de Porto Alegre, o Programa Municipal do Leite para Crianças
Carentes, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
PROC. 1114/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza
o Poder Executivo a implantar uma ciclovia no Parque Marinha do Brasil, e dá
outras providências. Com Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para
discutir a Pauta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Em 1ª
Sessão de Pauta, no dia de hoje, dois Projetos de minha autoria que homenageiam
dois jornalistas, extremamente conhecidos na Cidade, recentemente falecidos, o
jornalista Vitor Moraes que atuou no Correio do Povo ao longo de muitos anos e
o jornalista Paulo Fontoura Gastal, que mais do que um jornalista foi animador
cultural, responsável pela edição do Caderno de Sábado do Correio do Povo, um
dos mentores básicos da Feira do Livro que, aliás, foi idéia de um ex-Vereador
desta Cidade, o Say Marques, também responsável, entre outras atividades, pelos
festivais de coros no Rio Grande do Sul, hoje numa etapa internacional, e que
ao longo da sua vida reuniu, talvez, uma das maiores bibliotecas sobre cinema que se conhece aqui nesta Cidade.
Biblioteca essa que, eu diria, irresponsavelmente, o GBOEX que havia sediado
todo esse acervo magnífico, quer dele se desfazer e estamos, portanto,
negociando com o Secretário Carlos Appel a possibilidade de se recolher todo o
material que pertencia a Paulo Fontoura Gastal, para colocá-lo no Museu
Hipólito José da Costa, mantendo o trabalho de pesquisa e arquivamento que
vinha sendo feito, além de possibilitar a pesquisa por parte do público de modo
geral, tirando o seu caráter privado, como até agora havia se desenvolvido. E é
mais do que justo que Paulo Fontoura Gastal, que conhecemos, como conhecemos
Calveiro na área de Cinema, na área de livros que também assinala aquilo que
Tapequara, quando publicava os pequenos sonetos, lá naquela página 03 do
Correio do Povo; enfim, um trabalho de mais de trinta anos na imprensa de
Pelotas e, posteriormente, aqui no Correio do Povo. Queremos fazer essa
homenagem a um homem que participou da vida cultural desta Cidade. Se o Ver.
José Valdir escrevesse seus poemas naquela época, com certeza teria um espaço
em sua coluna.
De autoria do Ver. Décio
Schauren, temos um projeto que me parece desnecessário. O Projeto autoriza o
Diário Oficial de Porto Alegre a publicar fotos de crianças desaparecidas. Digo
que é desnecessário do ponto de vista da autorização. Evidentemente, se o Executivo
Municipal decidir publicar fotos no Diário Oficial, o que fará muito bem, serei
absolutamente favorável, mas parece-me que não se necessita de uma autorização
para esse tipo de publicação. É uma decisão vinculada ao Executivo e que ele
deveria fazer. Ontem fiquei sabendo que uma dessas fábricas de biscoitos passou
a publicar fotos de crianças desaparecidas nas caixas de biscoitos. São fotos
bem mais visíveis, porque, ultimamente, alguns anúncios traziam fotos tão ruins
que era impossível reconhecer a criança. Quanto mais gente se somar a essa
campanha, será muito melhor. Não sou contra o Projeto do Ver. Décio Schauren,
só acho que é desnecessário, uma vez que o Executivo tem toda a autonomia.
O Sr. Milton Zuanazzi: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu tinha me inscrito para tratar do assunto, mas acho desnecessário já
que V. Exa. o coloca. Existe um processo, de minha autoria, tramitando na Casa
e que prevê a publicação não só no Diário Oficial do Município, mas em todos os
órgãos em que o Município tem concessões, como os ônibus. Esse Projeto, na
verdade, está inserido naquele que eu já apresentei há algum tempo.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Seria o caso, Ver. Zuanazzi, de fazer,
inclusive, uma discussão com a Diretoria Legislativa, no sentido de se juntarem
os dois. Penso que a perspectiva de V. Exa. é um pouco mais ampla e diferente.
Realmente, fazer essa divulgação nos ônibus não só da Companhia Carris, mas de
todo o sistema de transporte coletivo de Porto Alegre, porque é um sistema por
permissão, por concessão, portanto, o Poder Público tem poder, não de pedir,
mas de mandar divulgar qualquer material. Parece-me que, se fizéssemos essa
divulgação nos táxis-lotação, no mínimo eventualmente, até utilizando
“outdoor”, porque a Prefeitura tem esse contato com as empresas de divulgação,
poderíamos resolver esse caso.
Quero registrar também a
minha dúvida, da impossibilidade fática, que me parece, da proposta do Ver.
Raul Carrion no Proc. nº 1319, de o DEMHAB não cobrar as mensalidades, as
prestações dos imóveis das pessoas que estão desempregadas. Se vingar essa
proposta, evidentemente vamos ter muita gente desempregada, e o DEMHAB
quebrado, o que não é bom para ninguém. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra. Ausente. O
Ver. Raul Carrion está com a palavra, para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que me traz
aqui na Discussão de Pauta é exatamente debater o Projeto com que ingressamos,
cujo objetivo é a suspensão temporária do pagamento das prestações do DEMHAB.
Há uma diferença de qualidade, Ver. Antonio Hohlfeldt, muito grande entre os
desempregados que não pagaram o DEMHAB, e uma suspensão temporária. No nosso
Projeto que leva em conta a realidade objetiva de hoje dezenas de milhares de
desempregados no País, no Estado, na Região da Grande Porto Alegre que hoje
atinge duzentos e quatro mil desempregados, e em Porto Alegre, fruto de uma
política neoliberal, uma política de destruição da economia nacional, temos uma
imensa massa de pessoas desempregadas, sem condições financeiras. O DEMHAB tem
em torno de 12 mil mutuários. Desses doze mil, 60% trabalha com financiamento
do Sistema Nacional de Habitação, e cerca de 40% trabalha com recursos do
DEMHAB. O que acontece quando essa pessoa fica desempregada? Objetivamente, ela
não paga o DEMHAB porque, primeiro, ela vai pagar a sua comida. O próprio
DEMHAB tem, em muitas ocasiões, negociado, mas não existe uma norma sequer que
ampare essa negociação, e existe aqui um arbítrio do administrador. O nosso
Projeto cria um instrumento legal que permite ao DEMHAB fazer legalmente aquilo
que, em muitas ocasiões, hoje ele faz, mas não de uma forma arbitrária e
subjetiva.
Segundo, ele não deixa de
pagar as prestações, e o DEMHAB perde o dinheiro. Não. Ele apresenta durante
seis meses a possibilidade de suspensão do pagamento e, encerrados os seis
meses, comprovado o desemprego, mediante carteira de trabalho ou seguro
desemprego, esse desempregado deverá negociar com o DEMHAB duas possibilidades:
ou ele joga para o final as prestações que ele “atrasou” - legalmente foi
permitido que ele não pagasse - ou ele joga para o chamado “saldo devedor”,
mantendo o mesmo número de prestações, e é feito um recálculo na prestação, que
evidentemente terá um pequeno aumento, mas que permitirá que o desempregado
saia do sufoco da situação em que se encontra.
Evidentemente que as mudanças
nos valores das prestações continuam correndo, as correções normais de todo o
mutuário, mas fica eliminada a multa pelo atraso, porque a Lei considera que é
uma situação de excepcionalidade, e que a multa não deve haver. Se tem correção
monetária, o resto continua correndo. Isso, não só dá um auxílio ao
desempregado que, aliás, hoje são milhões, fruto da política neoliberal do
Governo FHC, como também permite ao DEMHAB uma situação de fato resolver.
O Sr. Dilamar Machado: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) É louvável a iniciativa de V. Exa. É extremamente social. Agora, gostaria
de dar uma informação ao companheiro porque em determinado momento da minha
vida pública eu dirigi o DEMHAB. Na realidade, todo o financiamento é feito
através do Sistema Financeiro de Habitação que é o repasse de recursos da Caixa
Econômica Federal. Todos esses conjuntos, Nova Gleba, Restinga, enfim, todos
são repasses da Caixa Econômica Federal. Descabe ao DEMHAB esse tipo de
negociação, e há uma previsão, no próprio plano do Sistema Financeiro de
Habitação, que é fiel ao seguro. Agora, se V. Exa. destacar no projeto
exclusivamente o financiamento direto do DEMHAB, se é que existe, eu
desconheço.
O SR. RAUL CARRION: É o “caput” e diz assim: “Ficam suspensos os
pagamentos das prestações dos mutuários que adquiriram imóveis do DEMHAB
financiados com recursos próprios desse órgão e que se encontram desempregados”
e que hoje equivale a 40% dos mutuários. Agradeço o aparte de V. Exa. que só
veio a reforçar a justeza do nosso Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. João Verle. Ausente.
Está com a palavra o Ver. José Valdir, para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
indiscutivelmente o projeto do nobre Vereador Raul Carrion tem um conteúdo
social e uma preocupação em buscar uma saída concreta para minorar os efeitos
desta crise enorme que existe em todo o País, agravado com o tipo de política
que estamos assistindo em nível federal que joga para cima dos municípios a
situação do desemprego crescente. Estão aí os dados mostrando que o desemprego
na Grande Porto Alegre aumentou tremendamente e, de outro lado, onerando os
municípios pelo esvaziamento das políticas sociais, como o caso do fechamento
da LBA, o fechamento do SCBIA, etc.; jogando os municípios numa situação
extremamente difícil que, inclusive, quando tivemos aqui a homenagem dos 21
anos da FAMURS, todos os prefeitos, independente de corrente partidária,
reconheceram a situação difícil que os municípios passam hoje, e a preocupação
com essa bandeira da municipalização que está, hoje, sendo deturpada.
Eu quero analisar este
Projeto com bastante calma. Acho que temos que fazer uma avaliação técnica das
conseqüências para o Município. O Município não vai poder, agora, avocar para
si e bancar a solução para a crise que se abate em todo o País. Embora eu ache
que deve dar sua parcela de contribuição. Mas temos que analisar com toda a
tranqüilidade, com toda a seriedade as conseqüências desse Projeto, através de
uma avaliação técnica, com números; tem, também, um outro aspecto que tem que
ser analisado que é o efeito cascata disso, pois se colocamos isso para o
DEMHAB, o mesmo princípio deve valer para o DMAE - na questão da água -, e para
tantas outras taxas que quando as pessoas estão desempregadas sentem a mesma
dificuldade para saldar esses compromissos.
Então, isso deve ser
analisado em todo o seu conjunto de situações para que se possa, com
tranqüilidade, aprovar esta Lei, se for o caso, porque, em princípio, ela é uma
Lei que tem essa preocupação social - como eu levantei aqui - e é uma lei que
tenta, em nível de Município, encontrar uma saída para minorar os efeitos dessa
situação que está colocada. Mas acho que temos que analisar com toda a
tranqüilidade, fazer todas as projeções técnicas sobre os efeitos desta Lei.
Eu entendo perfeitamente,
Ver. Raul Carrion, que V. Exa. teve o cuidado de não estabelecer com esta Lei
uma daquelas clássicas isenções - que eu acho demagógicas -, não é disto que o
Projeto trata, porque senão já seria, preliminarmente, contra o Projeto, se
estabelecesse, o que nós estamos acostumados a ver, aqui na Casa, e em outros
Legislativos, aquelas isenções clássicas, simplesmente isentamos empregados e
se faz uma legislação que, ao meu ver, é demagógica. No seu caso, houve esta
preocupação, acho que é um Projeto com outra intenção, vai em outra direção, de
outra natureza. Mas acho que nós temos que analisar detidamente, fazer todas as
projeções do que isso implica para o Município.
O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu quero dizer que nós temos que levar em conta que mais de 40% da
população, hoje, não tem uma atividade com carteira assinada, está numa
atividade informal. Como se vai provar que está desempregado? Eu pego o exemplo
da Vila Mapa 2, tudo o que os mutuários pagam, ali, volta em benefícios para a
própria Vila, mesmo assim gente que tem condições de pagar, mas, como não tem
carteira assinada, não paga os 9 reais que têm que pagar por mês.
O SR. JOSÉ VALDIR: Quando eu coloco que temos que analisar com toda
a tranqüilidade, é porque temos que levar em conta essas situações, para
prevenir uma coisa que o Ver. Elói Guimarães sempre chama atenção, nesta Casa,
que é o chamado efeito bumerangue. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz. Ausente.
Ver. Milton Zuanazzi. Desiste. Ver. Jocelin Azambuja. Ausente. Ver. Giovani
Gregol. Ausente. O Ver. João Dib retorna e se inscreve.
O Ver. João Dib está com a
palavra, para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Pauta extensa até
no dia de hoje. O primeiro projeto, do Ver. Antonio Hohlfeldt, absolutamente
correto, de denominação de rua, é muito bom que se faça. O 2º projeto, do Ver.
Antonio Hohlfeldt, denominação de rua, sem problema nenhum, só que eu proporia
ao Ver. Antonio Hohlfeldt que o homenageado tivesse a rua P. F. Gastal e, não,
Paulo Fontoura Gastal, porque pouca gente vai saber quem é. Pode nos dizeres
explicativos conter o nome completo.
O Ver. Nereu D’Ávila com o
seu projeto da “Semana do Índio” também é uma atribuição do Vereador. O Ver.
Décio Schauren quer autorizar a divulgação de fotos de pessoas desaparecidas no
Diário Oficial de Porto Alegre. Autorização absolutamente desnecessária porque o
Prefeito faz a veiculação das atividades da Prefeitura e é o Diário Oficial e
não um jornal normal, portanto, se o Prefeito quiser colocar a fotografia da
Miss Brasil ou das crianças desaparecidas ele faz sem nenhuma necessidade de
autorização legislativa. Portanto, um desperdício em matéria de recursos do
Município.
Esse projeto do Executivo que
permuta área, eu não vou fazer análise do mesmo, porque ainda não tive acesso
ao projeto, não o estudei, mas sempre que o Executivo faz permuta, faz negócio,
eu tenho que ficar muito preocupado, assim como esse negócio que ele está
pretendendo, até querendo pedir urgência na Vila Cosme e Galvão.
Tenho aqui um Pedido de
Informação, e um abaixo-assinado que demonstram que, no mínimo, alguma coisa
muito errada existe no projeto que foi estudado em 15 dias pela Prefeitura e
agora querem nos impingir goela abaixo. Acho que deve ser muito bem cuidado
tudo que é permuta que a Prefeitura queira fazer. O Ver. Raul Carrion está
querendo suspender, temporariamente, as prestações dos inadimplentes do DEMHAB.
Não é uma iniciativa prevista na Lei Orgânica para os legisladores beneficiarem
alguns munícipes. Isto é uma decisão até interna. O DEMHAB pode estabelecer
planos, porque quando o contrato foi assinado, esta Câmara não entrou no
contrato e o contrato é um acordo de boa vontade, é uma decisão de 2 partes e
se o Prefeito não sancionar a lei, não tem sentido nenhum e não tem sentido
fazer lei deste tipo. O Ver. Luiz Negrinho quer distribuir leite para as
crianças, mas o art. 94 da LOM diz claramente que deve ser iniciativa do
Prefeito, porque ele deve ter ou não recurso, ou indicar fonte de recurso.
O Ver. Jocelin Azambuja, mais
uma vez, quer bicicletas na Cidade, em ciclovias irrealizáveis. Não precisa,
também de autorização: o Prefeito decide fazer uma ciclovia, o Plano diretor da
Cidade permite fazê-lo; permite também fazer avenidas, mas ele não faz. O que é importante nesta Câmara é
discutir o Parecer da Comissão que tratou do salário dos municipários e que
ainda não foi discutido no Plenário. Espero que seja, até porque a Prefeitura,
que está tão ciosa do orçamento - que não sabemos quanto é - e que no ano
passado tinha uma previsão de gastos de pessoal de menos de 60% e um déficit de
7%, terminou o ano de 1995 com um superávit de 1%. Então, tem muito dinheiro.
Só que está tudo escondido e nem a Comissão de Finanças consegue saber onde
está.
O Sr. Raul Carrion: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Muito nos honra a sua intervenção sobre o nosso Projeto, mas me parece
que o ilustre Vereador não o leu atentamente. Vou até fazer uma rápida
colocação sobre o Parecer prévio da auditoria. Diz ela: “Apresente proposição,
ainda que disponha sobre renda municipal, não tem efeito de reduzi-la ou de
anistiar o débito. Trata-se de medida organizadora da receita. Sob o aspecto
jurídico, nada a opor.” Então, não há vício. É função dos Vereadores legislar
sobre isso. Não se trata de um problema de inadimplência. É um problema de
desemprego massivo hoje existente.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato pelo esclarecimento. O contrato ainda
continua sendo acordo de vontades e não precisa ser legislado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está encerrada a discussão de Pauta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, apresento
um Requerimento a V. Exa. no sentido de que a Mesa defira a formação de uma
Comissão Externa que vá visitar e conhecer aquelas três áreas previstas, pelo
Executivo, para desafetação. Uma área verde e duas áreas variadas. Depois de
conhecermos as áreas nós vamos poder avaliar os projetos que estão tramitando
no Legislativo. Sr. Presidente, encaminho, por escrito, à Mesa, o pedido.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência diz a V. Exa. que não tem
problema legal em despachar a solicitação de Comissão Externa feita por V. Exa.
e pelo Ver. Dilamar Machado, inclusive, pela relevância da matéria e por se
enquadrar dentro dos casos de comissão externa. Agora, Vereador, o Requerimento
vai tramitar pelas Comissões Permanentes atinentes para obter autorização, no
caso, a CUTHAB.
A Diretoria Legislativa
informa que há Requerimento de urgência referente a esta matéria; por isso,
gostaríamos de ouvir o Vereador requerente do pedido de urgência, para saber se
retira o pedido ou não.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, os Vereadores Antonio
Hohlfeldt e Dilamar Machado que assinam o Requerimento de constituição de
comissão externa.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, apenas para uma informação, é que nós
comunicamos que a Sessão do dia 10, segunda-feira, será realizada no Plenário
Otávio Rocha, no Plenário grande, para que seja possível realizar uma revisão
geral de manutenção dos microfones deste Plenário. Então, segunda-feira nós
vamos para o outro Plenário na expectativa de que o ar condicionado já esteja
funcionando.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem): O Pedido de Urgência que
temos hoje para ser avaliado na fase dos Requerimentos, é, de fato, porque
essas três áreas, onde se busca a regularização, dependem de financiamento da
Caixa Econômica Federal para que se possam fazer melhorias de urbanização. É
óbvio que, sendo aceito pelo Plenário, o Pedido de Urgência não determinará a
votação em 48 ou 72 horas. Então, eu gostaria de apelar aos Srs. Vereadores
para que se faça a visita aos locais, mas sem a necessidade formal de tramitar
pelas Comissões, o que poderia levar a um atraso na avaliação do processo. Eu
peço que, informalmente, se determine uma comissão de Vereadores interessados,
se marque um horário e se visitem os locais, mas que isso não determine um
atraso na avaliação dessas matérias, porque poderia prejudicar o andamento dos
processos de urbanização dessas três áreas.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Em razão da proposição dos
Vereadores Dilamar Machado e Antonio Hohlfeldt, para que uma comissão externa
seja autorizada para vistorias os locais que o Executivo pretende utilizar,
depois de um longo estudo de 15 dias do Executivo e um aqui de muito mais
tempo, eu acho que se não puder ser uma Comissão Externa, a CUTHAB deve tomar a
iniciativa de fazer essa visita e convidando os demais Vereadores que quiserem
acompanhar, especialmente a CEFOR, já que se trata de patrimônio do Município,
bem de uso comum do povo.
Também quero aproveitar para
pedir que seja incluído, nesse processo que trata da Vila Cosme e Damião, esse
Pedido de Informações que eu fiz ao Executivo, onde algumas coisas devem ser
analisadas pela CUTHAB com a tranqüilidade com que deve ser examinado esse
processo. Portanto, proponho que a CUTHAB, se for inviável uma Comissão
Externa, tome a providência inadiável de fazer essa visita, e o faça também
alicerçada nas resposta desse imenso Pedido de Informações que o Executivo me
respondeu, onde há lojas, fábricas, uma série de coisas, construções de 400m2,
e uma reclamação intensa da população do entorno - parece que o Orçamento
Participativo não passou muito bem por lá.
Então, estou pedindo para que
seja anexado ao processo que trata da Cosme e Damião e que se não der a
Comissão Externa, que seja feita uma comissão, a CUTHAB, convidando os demais
Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: Iremos suspender a Sessão por cinco minutos, para
uma conversa entre a Mesa e as Lideranças, sobre esse assunto.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes da suspensão dos trabalhos,
gostaria de lembrar que me parece que a questão dessas áreas, ultrapassa em
muito a questão da CUTHAB “stricto sensu”, porque não cobre todas as Bancadas
em evidentemente, me parece que é a típica situação em que todos os Vereadores
têm interesse em fazer esse acompanhamento e fazer esse trabalho, até porque
depois, em havendo a urgência, - que acho ser uma coisa para nós discutirmos na
hora de votar os requerimentos -, terá que se formar a Comissão Especial, até
por isso existe mais fundamento na questão da Comissão Externa do que
propriamente num trabalho exclusivo pela CUTHAB, ainda que os demais Vereadores
possam se agregar à mesma.
É evidente que a CUTHAB tem
autonomia para se manifestar, mesmo assim entendemos que, de fato, o problema é
maior do que a CUTHAB, no caso específico, até pelas dimensões das áreas e,
eventualmente, até porque há uma discussão de fundo. Nós podemos, por exemplo,
discutir que a localização dessa área ligada ao Country Club vai demandar uma
despesa absolutamente desnecessária quando um quilômetro adiante podemos ter
áreas de tripla ou quádrupla dimensão com preços três ou quatro vezes abaixo
dessa que está sendo requerida.
Então, na verdade, há uma
discussão de fundo, mas nós não queremos adiantar isso agora. O problema
exclusivo é em relação a uma Comissão Externa, V. Exa. encaminha bem, e a
CUTHAB se manifesta se aceita ou não.
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 9h57min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h06min.): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Com relação à Comissão
Especial do Orçamento Participativo, fiz uma Questão de Ordem anteriormente, e
foi anunciado que havia seis Vereadores presentes: três votaram a favor do Relatório,
dois votaram contra e um se absteve - V. Exa. deve estar lembrado.
V. Exa. sugeriu-me que
fizesse, por escrito, a consulta, à Mesa. Fiz. Posteriormente, fiquei sabendo
que foram colhidas, no Relatório, assinaturas de Vereadores que não estavam presentes.
Pergunto: é correto que Vereadores que não estejam na reunião assinem, depois,
o Relatório? Nesse caso fica sem sentido a questão que eu formulei.
O SR. PRESIDENTE: Estamos recebendo, da Diretoria Legislativa,
neste momento, pela primeira vez, os autos e o resultado da Comissão Especial
que estudou a institucionalização do Orçamento Participativo. Neste momento,
estamos com o relatório original, de folhas 642 a 649, e temos o seguinte
resultado: Ver. Nereu D’Ávila, Presidente, sim; Ver. Luiz Negrinho - não
assinou; Ver. Antonio Hohlfeldt, sim; Ver. Airto Ferronato, sim; Ver. Clovis
Ilgenfritz - absteve-se de votar; Ver. João Verle, contra; Ver. Lauro Hagemann,
não votou; Ver. Pedro Américo Leal, sim; Ver. Reginaldo Pujol, contra; Ver
Wilton Araújo, com restrições. O resultado foi o seguinte: seis votos a favor,
com o do Relator; dois Vereadores não votaram; um Vereador se absteve - o Ver.
Clovis Ilgenfritz; e dois votos contra.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Os Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Pedro Américo Leal e Wilton Araújo não estiveram na reunião que discutiu e
votou o relatório. Eles podem assinar?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Eu confirmo que não
estive na reunião.
O SR. PRESIDENTE: A informação que recebemos da Diretora
Legislativa é que o Presidente da Comissão Especial autorizou a coleta de
assinaturas, pessoalmente, aos Vereadores. Como é uma praxe, isso já ocorreu,
nós temos agora, oficialmente, esse resultado.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Eu quero fazer uma consulta,
por escrito, à Comissão de Constituição e Justiça, para que informe se é
possível esse comportamento, porque Vereadores que não comparecem a uma reunião
modificam o resultado dela, não participaram da discussão e votam depois, sem
terem estado presentes. Eu até entendo quando não for uma questão polêmica, que
haja consenso, mas quando há uma situação como essa, eu não sei se é
regimental.
O SR. PRESIDENTE: Nós já apregoamos, recebemos pela primeira vez,
esse encaminhamento. O apregoamento oficial do resultado nós não recebemos
ainda, vai vir para o expediente da próxima Sessão, formalizado por ofício, que
é da natureza dos trabalhos parlamentares. A partir do momento em que,
oficialmente, constar do expediente. V. Exa. poderá, na forma legal, ingressar
com o recurso que entender necessário e esta Mesa vai encaminhar ao setor
competente.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em primeiro
lugar, não é verdade que o resultado foi modificado. O resultado, no dia da
votação, aprovou o Parecer com três votos favoráveis, dois votos contrários e
uma abstenção. Como temos 11 pessoas participando da Comissão, tínhamos
maioria, naquele instante, para fazer a reunião e a coleta dos votos.
Posteriormente, colheram-se votos que não modificaram o resultado, apenas
confirmamos o resultado do dia da reunião.
Então, acredito que este
espernear que estou vendo, por parte do Ver. João Verle, é apenas para não
ferir o Orçamento Participativo num momento em que eles o estão utilizando para
conseguir mais uma eleição.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Apenas para modificar a minha
colocação inicial, por sugestão do Ver. Antonio Hohlfeldt vou fazer, no momento
adequado, consulta à Procuradoria da Casa e, dependendo do resultado, vai ou
não para a Comissão de Justiça.
Agora, quero dizer que estes
votos colhidos fora da reunião modificaram, sim, a situação, porque antes
tínhamos até uma Questão de Ordem formulada para dirimir a dúvida que havia.
Agora, com seis votos, modifica totalmente.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Para evitar confusão, vamos
colocar as questões compartimentadas. Quero reforçar o pedido inicial do Ver.
João Verle em relação ao resultado, que foi 3 votos favoráveis, dois contra e
uma abstenção. Ele contestou, querendo achar que abstenção se somava aos
negativos. Ele fez esta Questão de Ordem numa primeira vez.
Quero, para evitar ilações,
que V. Exa. solicite, à Procuradoria da Casa, a distinção entre as questões dos
votos positivos, negativos e abstenção. Já tenho uma convicção, mas o Ver. João
Verle não tem. Porque aí se restringe ao quórum dos seis Vereadores presentes:
dois negativos, três positivos e uma abstenção. Se a Procuradoria entender que
a votação foi positiva em favor do relatório, como nós achamos, não tem que
prosseguir a discussão. As assinaturas são mera formalidade, não altera o
quórum inicial de seis presentes à reunião.
Reitero a V. Exa. que dê
prosseguimento à primeira solicitação do Ver. João Verle, o esclarecimento
sobre os seis votos dados no dia do encerramento da Comissão Especial que
tratava da institucionalização do Orçamento Participativo.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente na última
Sessão eu fiz uma Questão de Ordem que eu quero reiterar, a respeito do meu
Projeto de Lei Orgânica 01/96, que introduz o Orçamento Participativo na
Câmara, eu perguntei, na ocasião, qual o paradeiro do meu Projeto, quais as
etapas vencidas e por vencer? Foi dito a mim que estava com o Ver. Airto
Ferronato. Não, o que estava com o Ver. Airto Ferronato era o parecer para o
recurso do Ver. Nereu D’Ávila que era o recurso a um encaminhamento que a Mesa
deu, por sinal, sem efeito suspensivo. O Parecer o Ver. Airto Ferronato já fez,
quero saber do Projeto, porque o recurso foi acatado por V. Exa. sem o efeito
suspensivo.
Estou vendo que outros
projetos estão andando com rapidez, e o meu está completamente paralisado.
Quero saber onde ele está, quais as etapas vencidas e quais as por vencer? O
que o Ver. Airto Ferronato fez foi um Parecer, que agora já está pronto, ao
recurso do Ver. Nereu D’Ávila, que por sua vez foi acatado por V. Exa. sem
efeitos suspensivos, portanto, teoricamente não deveria travar nada na
tramitação do meu projeto.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): V. Exa. tem em mãos o Parecer
do Ver. Airto Ferronato?
O SR. PRESIDENTE: Nós não temos o Parecer. Nós temos a resposta,
vamos fazer um apelo ao Ver. Nereu D’Ávila, que se encontra com o processo,
para indicação, pela Liderança, do representante do PDT, para constituir a
Comissão Especial.
Está respondida a Questão de
Ordem de V. Exa.
O SR. JOSÉ VALDIR: Está com o Ver. Nereu D’Ávila o Projeto?
O SR. PRESIDENTE: Isso não é assim, entrar na hora que quiser, V.
Exa. não pode fazer esse encaminhamento.
O SR. JOSÉ VALDIR: Eu não estou satisfeito quero que V. Exa. me
explique onde está o Projeto?
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): O Ver. José Valdir está
sendo impertinente. Já foi respondido que o Projeto está comigo e eu quero
informar ao Ver. José Valdir que no Regimento não há prazo para Liderança
indicar a formação de Comissão. Como V. Exa. não deu efeito suspensivo e eu
achava que tinha que dar, eu dei efeito suspensivo. Não há prazo legal, eu não
tenho que despachar sob os uivos do Ver. José Valdir. Eu despacho quando eu
quiser. Quando quisemos modificar o Regimento na questão do 81, o PT foi o
primeiro a não querer modificar o Regimento e manter privilégios. Então, não
tem prazo regimental; eu faço a indicação quando eu bem entender.
O SR. PRESIDENTE: A responsabilidade é naturalmente de V. Exa. e
informa que o recurso, com relação ao número de assinaturas, essa é uma matéria
que já foi resolvida no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça.
A Mesa apela a V. Exas.,
nesta manhã, que se atenham a Questões de Ordem, sem o que será obrigada a não
dar as Questões de Ordem e cassar a palavra dos Vereadores. Portanto, faz um
apelo ao bom-senso dos Vereadores, para que a Sessão porra transcorrer com
tranqüilidade.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, todo mundo
sabe que esse é um Projeto polêmico, eu consulto se diante do pronunciamento do
Ver. Nereu D’Ávila, de que neste tipo de Projeto, e não havendo prazo, ele pode
ficar com o Projeto indefinidamente e trancar o mesmo como ele acabou de dizer,
e as notas taquigráficas confirmam.
Eu quero que V. Exa. me
informe se esse comportamento é legal e regimental, porque, se esse
comportamento é legal e regimental, nós vamos estar estabelecendo um sério
precedente nesta Casa; quando eu não tiver interesse em algum projeto eu tranco
o projeto, como o Ver. Nereu D’Ávila está fazendo. Se for legal e regimental
pelo menos, não é ético e democrático.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa lhe responderá oportunamente, depois de
consultar a Procuradoria da Casa.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Alicerçado na minha santa
ignorância, eu gostaria que a Mesa contratasse uma autoridade em Orçamento
Participativo para que fizesse uma exposição para os Vereadores. Eu, até há
pouco tempo, na minha santa ignorância, eu pensava que o Orçamento
Participativo era para cuidar das obras, dos investimentos da Cidade. Agora, eu
quero saber, por essa autoridade em Orçamento Participativo, talvez vinda de
Istambul, o que se pretende na Câmara Municipal, já que não temos
investimentos, a não ser a construção do nosso prédio, se é para tratar dos
servidores da Câmara, se é para tratar com os gastos do xerox, essas coisas que
eu gostaria que a autoridade contratada viesse a dizer para os Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apelaria a V. Exa. que sugerisse isso. A
Mesa estende esse apelo a todos os Vereadores, para que fizessem isso, a fim de
que possamos ouvir não só uma autoridade, mas podermos fazer um grande fórum no
Plenário Grande. Não vai precisar fazer Requerimento, Vereador, a Mesa recebe a
sugestão de V. Exa. e já pedimos a V. Exa. indique um nome, assim como pedimos,
também, sugestão de todos os 33 Vereadores. Aí, sim, teremos a isenção de
ouvirmos todos os lados.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Eu sugiro o nome do
Dep. Bernardo de Souza que é o pai do Orçamento Participativo no Brasil.
O SR. PRESIDENTE: A Diretoria anotará o nome de Bernardo de Souza.
A Mesa comunica a V. Exas.
que, por sugestão do Ver. João Dib, pretende realizar uma exposição de
especialistas sobre essa questão e está aberta a receber sugestões de todas as
Bancadas.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
atendendo a V. Exa., eu sugiro o nome do Senador Dirceu Carneiro, do PSDB, que,
quando Prefeito da Cidade de Lajes, também deu início a esse tipo de trabalho
na década de 70, tanto que existe o livro do Jornalista Muniz Bandeira,
contando a experiência da Cidade de Lajes. Então, seria essa a minha
contribuição em relação a esse grupo de convidados.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa indagaria, não vai fechar questão agora,
mas também não pode ser seis ou sete que vão complicar, mas vai receber nomes.
Já tem dois: Dirceu Carneiro e Bernardo de Souza.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, eu não acabei a minha
intervenção. Eu tenho outras duas preocupações, uma delas em complementação à
discussão que iniciamos a pouco, sobre aquelas áreas desafetadas. Nós já temos
manifestações dos Presidentes das Comissões, como V. Exa. me solicitou que
fossem recolhidas as assinaturas e eu queria formular a V. Exa., de maneira
formal, eu diria quase urgente, urgentíssima, Ver. Presidente, se é que ainda
temos tempo e por isso quero formular esta Questão de Ordem.
Nós temos aprovado por esta
Casa e, se não estou enganado, sancionado pelo Prefeito Municipal, depois de
uma negociação, a questão da possibilidade da contratação de técnicos para
Bancadas e Comissões para o acompanhamento dos Projetos do Plano Diretor. Como
estamos chegando nos prazos legais que vão impedir contratações e estou
preocupado porque eu acho que a Mesa Diretora, o Presidente, em especial, tem
que tomar urgente as iniciativas para que a Bancadas e Comissões, como diz a
Lei, aprovada por esta Casa, possam fazer as indicações das pessoas, dos
técnicos a serem contratados para os trabalhos que a Casa vai desenvolver no
acompanhamento dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa quer transmitir a V. Exa., já está em
contato permanente com a Procuradoria da Casa sobre essa matéria: está
encontrando um óbice legal muito sério, inclusive solicitou da Procuradoria
parecer por escrito. É que contratação temporária de técnicos na matéria, nós não dizemos com absoluta
convicção, mas nos parece, está no Parecer, exige licitação pública, com quanto
não estaria naqueles casos de pessoas com notório conhecimento e dispensaria a
licitação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Vou aguardar o Parecer, mas entendo que o
texto da Lei, aprovado pela Casa, é muito claro, são designações específicas de
Bancadas; portanto, não teria nada a ver com licitações. As comissões, eu teria
dúvida.
O SR.
PRESIDENTE:
O Parecer está sendo datilografado.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como autor
da Emenda que criou esses cargos, encaminhei Ofício a V. Exa., na quarta-feira,
e sugeriria que antes que datilografassem o Parecer da douta Consultoria que se
fizesse um estudo também da contratação do tipo que foi feito para elaboração
da Lei Orgânica, onde foram contratados técnicos, que me lembro, sem licitação,
quando não existia. Foi a criação temporária de cargos em comissão e que deu
condições para àquilo. É apenas uma sugestão. E também, já que todos estão
dando sugestões para o Orçamento Participativo, eu sugeriria o Dr. Alceu
Colares que foi também um introdutor dessa questão na Administração Pública de
Porto Alegre, para ser ouvido nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, a Presidência informa, em
primeiro lugar, com relação à Comissão Externa solicitada por V. Exa., que ela
define o objetivo de somente acompanhar e conhecer as áreas atingidas. Uma
questão que poderia ser feita em uma manhã, em 4 horas. Esse Requerimento
formado por V. Exa. e pelo Ver. Dilamar Machado, pela urgência da matéria, já
tem a anuência do Ver. Airto Ferronato, Presidente da Comissão de Constituição
e Justiça, da Vera. Clênia Maranhão, Presidente da Comissão de Saúde e do Meio
Ambiente e da Comissão de Finanças e Orçamento por tecer matéria de natureza
econômica.
Tendo em vista ser uma
Comissão Externa com apenas 4 horas de vida, para uma visita, e a nossa
sugestão é que os Presidentes das Comissões Permanentes também estivessem
presentes, porque só não vão examinar diretamente a matéria. Se for aprovada a
urgência, nós dependeríamos apenas da manifestação do Presidente em exercício
da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, Ver. Mário Fraga.
A Comissão Externa é só para
o ato de conhecimento por parte dos Vereadores das áreas a serem desafetadas. A
Comissão Externa teria a participação de todos os Vereadores que quisessem
conhecer as áreas. Para isso nós colocaríamos, no dia aprazado, um ônibus à
disposição dos Srs. Vereadores.
O SR. MÁRIO FRAGA (Questão de Ordem): Como Presidente interino, uma
vez que o Presidente da CUTHAB está de licença médica, digo que não temos nada
a opor. Concordamos com a proposta, só gostaríamos que o conhecimento dos
locais não fosse na terça-feira pela manhã.
O SR. PRESIDENTE: Sugeriria que fosse às 15 horas, já que são três
àreas. Tendo em vista a manifestação do Presidente da CUTHAB em exercício e dos
demais Vereadores, está deferida a constituição da presente Comissão Externa
que, em caráter de urgência, fará visitas às áreas referidas, às 15 horas.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Aproveitando o que
outros Vereadores já fizeram, no que se refere à indicação de nomes para a
discussão sobre o Orçamento Participativo, gostaria de indicar o nome do
Ex-Prefeito Olívio Dutra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Gostaríamos de indicar,
também, o nome do ex-Vereador desta Casa, Dep. Valdir Fraga.
O SR. PRESIDENTE: Nós vamos receber os nomes, mas precisamos
diminuir um pouco a quantidade de nomes: de repente, um por partido.
Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Guilherme Barbosa, solicitando licença para tratar de
interesses particulares.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença para tratar de interesses particulares do
Ver. Guilherme Barbosa e declarado empossado o Suplente, conforme consta da
Ata.)
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, requeiro que
a Auditoria emita um Parecer sobre a interpretação do art. 63 do Regimento que
diz o seguinte: “Compete à Comissão Especial examinar e opinar sobre: 1º -
Emenda à Lei Orgânica”, parágrafo 1º: “No caso previsto no inciso 1, a Comissão
Especial será criada pelo Presidente da Câmara, ouvidos os Líderes, no prazo
máximo de cinco dias úteis, respeitando o disposto nesse Regimento”.
O SR. PRESIDENTE: Face à complexidade da matéria, gostaríamos de
que V. Exa., se não fosse incômodo, formulasse por escrito, não vai haver
prejuízo nenhum, mas, de plano, já está deferida a solicitação de V. Exa.
Queríamos informar uma
Questão de Ordem, formulada pelo Ver. Artur Zanella, que os Assessores
contratados para a elaboração da Lei Orgânica o foram através da criação de
cargos, através de Lei especial, em Cargos de Comissão, em extinção.
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
Colocamos em votação
Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
PROC. 1704/93 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/93, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera
a Lei Complementar nº 12/75 (Código de Posturas), e dá outras
providências. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta:
pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto
Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da COSMAM. Relator Ver. Guilherme
Barbosa: pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- adiada a votação por cinco
Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em Votação o PLCL nº 21/93. (Pausa.)
O Ver. Artur Zanella está com
a palavra, para encaminhar.
O SR. ARTUR ZANELLA: Senhor Presidente e Senhores Vereadores, eu já
havia apresentado há dois ou três anos atrás um projeto semelhante ao do Ver.
Raul Carrion porque uma das coisas mais dolorosas que se manifestam em Porto
Alegre são os caminhões da SMOV, do DMLU, carregando funcionários na chuva,
frio e vento. Fotografei na época. Disseram-me que não havia isso. Eu fui
naquele depósito da SMOV que tem ali no Jardim Botânico e fotografamos uns 20
numa manhã.
Esse Projeto do Ver. Raul
Carrion, extremamente meritório, terá meu apoio. Temos que ter um único norte.
Não podemos ser contra os caminhões particulares e a favor dos caminhões
oficiais. Não podemos ser a favor da contratação de técnicos pelo Executivo,
que não faz licitação, faz carta-contrato, ninguém fica sabendo, e nós aqui
votando projetos extremamente importantes, às vezes, sem assessoria. É por isso
que queremos, e votaremos a favor do Projeto do Ver. Raul Carrion, unificar, ou
seja, Executivo, Legislativo iguais. Prefeitura e particulares iguais e que nós
tenhamos, também, aqui, no Poder Legislativo, condições semelhantes.
Em outros assuntos, regras
iguais, regra da GIT que já tivemos há poucos dias e agora, falávamos há poucos
minutos sobre a eqüidade nas assessorias técnicas da elaboração e exame de
projeto. Por exemplo, neste projeto do Plano Diretor, a Prefeitura contratou
gente, contratou Faculdade, contratou o Sindicato dos Empregados na Construção
Civil, Ver. João Dib, para fazer o Plano Diretor e nós estamos aqui nos
debatendo se vamos fazer licitação ou não para contratação de técnicos. Quanto
ao projeto do Ver. Raul Carrion, a favor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Edi Morelli, para encaminhar
o PLCL nº 21/93.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o projeto do
Ver. Raul Carrion vem chamar a atenção das autoridades municipais porque, não
resta a menor dúvida, que vai ser aprovado, chama a atenção das autoridades
para uma lei que existe no Código Nacional de Trânsito. Não é uma determinação,
é lei, Ver. João Dib. Não podem ser transportados passageiros em carrocerias de
caminhões. Na legislatura passada, eu cansei, nesta tribuna, de fazer estas
acusações. Na época, saia cedo, bem mais cedo do que agora e porque tinha que
me deslocar para a rádio e com chuva, com vento, com sol lá estavam os
funcionários do DMLU, da SMOV sendo transportados em caçamba como se fossem
lixo. Os caminhões do DMLU abertos para transportar lixo transportavam os
funcionários. Cansei de fazer Pedido de Providência, de fazer denúncias e nada
aconteceu.
Agora, acredito que, através
do Projeto de Lei, venha o Executivo a cumprir, por que há muitas leis que o
Executivo não cumpre, talvez, essa ele venha a cumprir. Por isso, Ver. Carrion,
fiz questão de dizer de público que apóio o seu Projeto e voto favorável.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
sempre se busca uma desculpa quando a fatalidade chega. Semana passada, por ter
se incomodado, um funcionário da Casa foi fulminado com um ataque cardíaco;
ontem perdemos mais um companheiro da imprensa, assessor de comunicação social
da CRT, o Dante, que jogava “paddle”, estava se divertindo e foi também
fulminado com um ataque cardíaco.
Solicito a V. Exa. que
façamos um minuto de silêncio em memória ao Dante Zarraveta que será sepultado
dentro de doze minutos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere de plano o Requerimento de V. Exa.,
embora dentro da Ordem do Dia, mas esse fato transcende a todas as questões
regimentais, para que prestemos uma homenagem em memória do Jornalista Dante
Karraveta, ontem falecido.
(É feito um minuto de
silêncio em memória do Jornalista Dante Karraveta.)
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): O Ver. Jocelin Azambuja está com a
palavra, para encaminhar o PLCL nº 21/93.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Esse Projeto
do Ver. Raul Carrion, até comentei com o Vereador que achava que era um simples
ato administrativo, de vontade do Executivo Municipal e dos Diretores do DEP,
do DMLU, de cumprirem normas de segurança. Transportar trabalhadores em caçamba
de caminhão é um absurdo, por exemplo. Depois, conversando com o Ver. Artur
Zanella, ele nos mostrava as fotografias que tirou, o Ver. Raul Carrion também.
Os funcionários estiveram aqui, contando a sua realidade. São transportados nas
caçambas, sem nenhuma proteção, sem nenhum controle de segurança. Isso é, na
verdade, um processo de grande irresponsabilidade e negligência administrativa.
Não sei se o Ver. Raul Carrion, ou o Ver. Artur Zanella, ou outros Vereadores
que andaram analisando essa matéria, tiveram possibilidade de levantar
acidentados, se houve pessoas acidentadas em função dessa situação, a que nível
de situação se chegou, em caso de acidente, como ficaram os lesionados!
Existem normas de segurança
que têm de ser preservadas, é ato de responsabilidade do administrador. Um
acidente com qualquer cidadão desses, com pessoas que trabalham para o
Município, servidores do Município, pode gerar indenizações pesadas para o
Município, e isso revela a negligência do administrador. Eu trabalhei em
empresa de iniciativa privada, e eu era obrigado pela empresa - e agradeço por
normas de segurança interna, a usar cinto de segurança. Isso na década de 70.
Nós tínhamos uma série de responsabilidades que iam desde como colocar,
corretamente, uma caneta, um pegador de papel. Agora, imagina transportar um
funcionário numa caçamba. É um ato de profunda irresponsabilidade administrava.
Eu achei que o Governo Municipal, quando o Vereador Raul Carrion ingressou com
o Projeto de Lei, iria tomar atitudes para corrigir isso e, quem sabe, não
haveria necessidade de se aprovar o Projeto. Mas, lamentavelmente, nenhuma
atitude foi tomada.
Então, existem Projetos de
Lei que parecem óbvios e, como gosta de dizer o Vereador João Dib, não precisa
de lei para fazer isso, poderia ser, apenas, um ato administrativo. Por esta
razão nós nos obrigamos a colocar isso numa lei para, amanhã ou depois, eximir
o próprio Legislativo, se vier a ocorrer acidente.
O Vereador Raul Carrion, numa
visão correta, contrário à visão governamental e à visão dos partidos que
compõem a Frente Popular que deveriam se preocupar em proteger os
trabalhadores, mas não protegem os trabalhadores, quando administram Porto
Alegre. Eles são totalmente incoerentes. Defende-se o trabalhador, mas não se
protege o trabalhador. Coitados dos trabalhadores. Ora, são os trabalhadores
que caem lá das caçambas, são transportados como lixo, são transportados de
qualquer maneira como se fossem entulhos. Esses trabalhadores estão mais com os
partidos populares, realmente, e não com o famoso discurso dos trabalhadores,
que discursa bastante, mas não protege os funcionários. Agora, vamos ter que
aprovar este projeto de lei do Vereador Raul Carrion para mostrar ao Executivo
Municipal que tem que ter responsabilidade com os funcionários do Município, e
que não seus, mas funcionários do Município de Porto Alegre que têm que ser
protegidos. Nós lamentamos que tenha que se fazer uma lei, mas é assim que tem
que se fazer, Ver. Raul Carrion; tem que se fazer lei sobre ciclovia - poderia
se ter ciclovia, tem que ficar se fazendo projetos autorizativos, porque o
Executivo Municipal não cumpre sua obrigação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Informa-nos a Assessoria Legislativa que estamos
em encaminhamentos. As discussões foram encerradas.
Estamos nos penitenciando
pelo erro do Presidente da Casa. Se os Vereadores aceitam, ótimo; se não,
paciência.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Só para me penitenciar,
também, perante a minha Bancada do PTB, porque eu acabei encaminhando sem
autorização para tanto, por um erro da Mesa. Sei que vou ter a compreensão,
porque fui induzido ao erro.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sanada essa
dificuldade, o nosso colega de Bancada está inscrito para encaminhamento.
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a explicação. O Ver. Gerson Almeida
está com a palavra, para encaminhar, pelo PT, o PLCL nº 21/93.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Acho que um
projeto dessa ordem é importante, porque trata de uma questão fundamental para
nós do PT - e acredito que para todos aqueles que querem uma cidade melhor -
que é as condições de trabalho dos funcionários públicos municipais. Portanto,
é um projeto adequado, apesar de que a Administração Popular, nesses sete anos,
tem feito pesados investimentos como possivelmente - e esse “possivelmente” dá
em conta que não temos todos os dados - nenhuma outra fez ao longo da história
de Porto Alegre. E eu vou citar alguns exemplos: as zonais e os trabalhadores
do DMLU, um assunto sério e que, quando assumimos em 1989, o primeiro governo
da Administração Popular, os trabalhadores do DMLU que prestam serviços
importantes e qualificados para a Cidade, tinham condições inumanas de
trabalho, que hoje não estão completamente sanadas ainda, nós queremos que
tenham melhores condições de trabalho; no entanto, qualquer legislador ou
cidadão sério que não queira apenas ser conduzido pela crítica fácil, no
momento em que essas coisas acontecem, há uma pressão magnética para que a
crítica fácil seja feita, na medida em que estamos num período eleitoral. Mas
quem não ficar traído por essa pressão magnética forte cai reconhecer,
certamente, que nos últimos sete anos, muitas melhorias foram feitas, e ainda
muitas devem ser feitas, no que toca às capatazias do DMLU; no que toca às
capatazias da SMOV, esse processo vai no mesmo curso; no que toca às capatazias
da SMAM, esse processo vai no mesmo curso.
Só para dar um exemplo, nos
últimos três ou quatro anos da Administração Tarso, apenas, foram feitas três
novas zonais, ou reformadas as zonais das quatro existentes na SMAM, e a quarta
zonal já tem previstas obras no Orçamento deste ano para uma nova zonal centro
que o Vereador Gregol conhece bem, e que é um processo que vem sendo,
paulatinamente, colocado em curso.
Portanto, as condições de
trabalho dos servidores municipais ainda é aquém do que nós queremos. Mas há um
processo sério que mobiliza a Administração Pública, o Sindicado dos Servidores
Municipais, e a sociedade de um modo geral nesse sentido, porque os servidores
públicos de Porto Alegre estão mais bem qualificados do que foram até então.
Quero dizer isso, porque, me
parece, que num projeto sério como esse do Ver. Carrion, ele pode se dar - como
ouvi aqui do nobre Ver. Jocelin Azambuja, que tem-se caracterizado nas Sessões
a que tenho assistido por se apresentar com uma bela alma, cercada de maus
agouros à sua volta, e só ele tem a razão. Todo mundo é contraditório; todo
mundo prega uma coisa e faz outra e talvez só o nobre Ver. Jocelin Azambuja e o
seu Partido tenham a certeza e a razão das coisas que falam. Pelo menos eu até
retiro o Partido, vou falar exatamente do Ver. Jocelin Azambuja, porque seria
uma generalização incorreta como qualquer generalização. Então, o Ver. Jocelin
Azambuja tem-se caracterizado como tal. No entanto, eu que circulo, às vezes,
por atividade e obrigação profissional na Grande Porto Alegre, em alguns
municípios inclusive governados pelo nobre Ver. Jocelin Azambuja, tenho visto
situações assustadoras, inclusive, com alguns recursos de tintas que a
Prefeitura tem fornecido, em empréstimo, para algumas prefeituras da Grande
Porto Alegre que sequer tinta para pintar faixas de segurança tem.
A Prefeitura de Porto Alegre
tem feito, solidariamente, esses empréstimos. Nesse caso particular, talvez
motivado pela ação do Ver. Raul Carrion e, também, pelo esforço da
administração popular, já há soluções concretas para melhorar a situação de
transporte para os funcionários públicos municipais, que devem ser ampliadas
pelo projeto e pelas emendas com as quais temos acordo. Certamente vai ser um
passo importante para melhorar as condições dos municipários. É mais um exemplo
que a administração municipal de Porto Alegre dá para todos os outros
administradores, em nível estadual e federal, que mantêm situações muito
precárias em empresas como a CEEE, a CRT, e as empreiteiras contratadas por
esses segmentos, em relação aos seus trabalhadores.
Portanto, o encaminhamento,
conforme me orientou a Liderança, é favorável a este Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra, para
encaminhar o PLCL nº 21/93.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Queremos
agradecer...
O SR. PRESIDENTE: Ver. Raul Carrion, asseguramos o tempo de V. Exa.
Questão de Ordem para o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, dada a
afirmação do Ver. Gerson Almeida de que a Prefeitura de Porto Alegre está
emprestando tintas e coisas que pertencem à população de Porto Alegre para
outros municípios, eu pediria que me fosse dada cópia do discurso do Ver.
Gerson Almeida.
O SR. GERSON ALMEIDA: Solicito que, então, sejam pedidos à
Prefeitura de Porto Alegre os ofícios mandados pelo Prefeito de Guaíba com as
solicitações que fazia, num apelo dramático, ao Prefeito para que fosse
atendido, por empréstimo, para rapidamente ser devolvido, na medida em que se
colocava uma situação emergencial naquele município. Parece-me que é uma
situação necessária e importante na boa relação dos administradores. Se o nobre
Vereador tem algum óbice a esse tipo de situação, por favor, formule para que
nós possamos, quem sabe, cortar todas as relações de solidariedade que cabem
aos administradores municipais, mesmo que, eventualmente, façam coisas que não
sejam da sua esfera de competência, assim como a Prefeitura tem doado vários
equipamentos à Brigada Militar.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa aceita a sua Questão de Ordem, Sr.
Vereador.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Vereador
afirmava, da tribuna, que prefeituras do PTB haviam feito pedidos, e a
Prefeitura de Guaíba não é administrada pelo PTB.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, pelos anais podemos ver que
não me referi a prefeituras do PTB; referi-me, sim, a prefeituras da Região
Metropolitana de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Está esclarecido, Vereador. Continua com a
palavra o Ver. Raul Carrion, para encaminhar o PLCL nº 21/93.
O SR. RAUL CARRION: Faremos um encaminhamento breve. Em primeiro
lugar, agradecemos os encaminhamentos favoráveis de todas as Bancadas que se
manifestaram aqui, mostrando a justeza do Projeto, a correção dele.
Queremos dizer, também, que
esse Projeto teve sua inspiração - como é dito na justificativa - num projeto
do ex-Vereador José Alvarenga, do Partido dos Trabalhadores. Procuramos
aperfeiçoá-lo, pois ele não teve condições de se efetivar. Dizemos, ainda, que,
apesar de o Código tratar da questão, ele não a esgota, e nós estamos usando
uma atribuição da Câmara, de adaptar uma legislação maior à realidade de Porto
Alegre. Concluo, dizendo que existem muitas questões que essa Lei vai abranger
no Município - em seus órgãos -, mas ele á mais abrangente: coíbe a utilização
desse meio de transporte por órgãos estaduais e coíbe, também, as empreiteiras,
que usam muito esse meio de transporte. Por tudo isso, acredito que esta Casa
dará seu voto favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não mais havendo Vereadores inscritos para
encaminhamento, solicitamos ao Ver. Dilamar Machado que assessore a Mesa na
colhida dos votos.
Esclarecemos que, para a sua
aprovação, é necessária a maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da
Câmara Municipal de Porto Alegre, de acordo com o art. 82, § 1º, da Lei
Orgânica do Município.
Em votação o PLCL nº 21/93.
(Após a chamada.) APROVADO o PLCL nº
21/93 por 18 votos SIM.
Em votação a Emenda nº 01, de
autoria do Ver. Raul Carrion, ao PLCL nº 21/93. Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 02, de
autoria do Ver. Raul Carrion, ao PLCL nº 21/93. Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
com o voto contrário do Ver. Edi Morelli.
O SR. HENRIQUE FONTANA (Requerimento): Faço um Requerimento no
sentido de que passemos, imediatamente, a apreciar os Requerimentos que foram
discutidos na reunião de Liderança que tivemos aqui.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Eu já havia conversado com o
Ver. Henrique Fontana e solicitava a ele a compreensão de que nós pudéssemos
votar os títulos de cidadania e nomes de ruas antecipadamente já que são
projetos que não causam discussão e aliviam as pautas de votações.
O SR. PRESIDENTE: Os títulos honoríficos precisam de 22 votos e não
temos 22 Vereadores no Plenário, seria impossível votarmos. Os nomes de ruas
sim.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como não
participei da reunião de Liderança, por não ser Líder e não tenho garagem.
Gostaria de Saber, Sr. Presidente, o que os Líderes resolveram e decidiram para
eu ficar sabendo.
O SR. PRESIDENTE: Consulte o seu Líder. Em votação o Requerimento
de Ver. Henrique Fontana. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO contra os votos
dos Vereadores João Dib e Artur Zanella.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2443/95 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/95, de autoria do Ver. Mário Fraga, que denomina Rua
Túnel Verde um logradouro irregular, localizado no Bairro Ponta Grossa.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Dilamar
Machado: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 142/95. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0441/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/96, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Rua
Esperança um logradouro irregular, localizado na Vila Nossa Senhora Aparecida,
no Bairro Sarandi.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Airto
Ferronato: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Dilamar
Machado: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 05/96. (Pausa.) O Ver.
Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria
dizer ao Ver. João Motta que sou favorável à aprovação do Projeto. Acho
importante que a nossa Cidade tenha ruas com nomes. Hoje, ainda, tive
possibilidade de apregoar mais 8 ruas do Ver. João Motta, e isso é muito bom,
só que não temos esse mesmo tratamento pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Isso me causa muita surpresa, porque em três anos de mandato consegui
três ruas para dar nome em Porto Alegre, sendo que uma, do nosso querido Tio
Flor, desde março a engenheira, que deve ser ligada às hostes governamentais,
não libera as placas com o nome da rua. Essas coisas são desagradáveis, esse
tipo de discriminação é muito desagradável, então, eu parabenizo V. Exa. por
conseguir as ruas, por conseguir encaminhar. Eu procuro dar nome de rua a
pessoas que realmente renham dado uma contribuição muito forte à Cidade de
Porto Alegre, tanto que só apresentei três até hoje. Estou tentando fazer uma
homenagem a mais três pessoas que têm uma vida extremamente destacada e
contribuíram, de fato, com a nossa cidade, como tenho certeza de que todas as
pessoas que o Ver. João Motta nominou nos seus projetos têm uma vida que
contribuiu muito com a Cidade de Porto Alegre.
Hoje eu via, no jornal, a
manifestação do Ver. Pompeo de Mattos, do PDT, queixando-se do Governador
Britto, que veta as emendas do Deputado, porque ele não pertence às hostes do
Governo, pois aqui em Porto Alegre há situações interessantes e semelhantes:
quem não pertence às hostes do Governo tem um tratamento diferenciado por parte
da Administração Municipal, só que, essas coisas acabam não chegando à grande
imprensa, mas eu acho que não é por aí o bom caminho da política e do trabalho
que se quer desenvolver em relação a uma cidade.
Os interesses das cidades
devem estar acima dos interesses meramente pessoais, mas como essa prática não
é muito conhecida pelas hostes governistas, a gente entende até que esse seja o
critério de política a ser adotada pelo Governo Municipal. Não é a que nós
compartilhamos. O PTB, sempre que foi governo, esteve aberto, e quando voltar à
Prefeitura, vai tratar todos com igualdade, respeito e consideração, independente
de divergências no campo ideológico. Isso faz parte das divergências, agora,
discriminação, não, isso não faz parte, principalmente quando o Partido do
Governo se chama de ético, sério e gosta tanto de se entitular dessa forma e
deveria analisar esses aspectos. Isso é importante. Eu quero dizer ao Ver. João
Motta que eu o apóio integralmente.
O Sr. Henrique Fontana: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) É só para perguntar ao Vereador, como esse é um tema de um debate
político, de uma opinião política do Vereador, que não tem a ver com o Projeto
que está em discussão, por que o Vereador não utiliza um outro tempo adequado
para fazer esse debate sobre a discriminação eventual ou não de Vereadores ou
de Bancadas? Um outro tempo seria mais adequado do que ao discutir um Projeto
de nome de ruas.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: É uma observação de V. Exa., que eu
respeito, mas eu uso o tempo da melhor maneira que eu acho, de acordo com o que
me permite o Regimento da Casa, Ver. Fontana. Quando quiser discutir qualquer
coisa no campo ideológico, no campo político, nós estamos à disposição para
debater com V. Exa., como sempre estivemos. Nós estamos fazendo uma reflexão
sobre darem-se nomes de ruas em Porto Alegre. O Ver. Fontana e os demais Vereadores
de seu Partido têm tido uma atuação muito marcante, muito forte nesta Casa, até
poderíamos fazer uma relação de quantas ruas os Vereadores do PT já conseguiram
nominar em Porto Alegre. Seria um trabalho positivo.
O Sr. Henrique Fontana: Eu não nominei nenhuma rua.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sim, eu sei, o Ver. Fontana, nenhuma.
Realmente, não houve esta possibilidade.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Jocelin Azambuja, ainda resta uma esperança. A rua denominada
será “Esperança” e é o tema do debate. Eu espero, na esperança dessa rua, que
tudo corra bem nas próximas oportunidades.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Está correto, Ver. João Dib. A sua palavra
é muito animadora para todos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. João Motta que está
com a palavra, para discutir o PLL nº 05/96.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho positivo
quando os Vereadores expõem, de forma nua, as suas opiniões a respeito do
funcionamento do Poder Legislativo Municipal, porque, embora o debate seja
sobre um tema aparentemente secundário em relação a outros projetos, é por onde
se capta, às vezes, a sensibilidade diferenciada de cada Bancada e de cada
parlamentar, enquanto indivíduo e sujeito político, no que diz respeito ao seu
conceito sobre a representação e o Poder Legislativo.
Nesse caso, Ver. Jocelin
Azambuja, eu até poderia fazer um esforço para concordar com a crítica de V.
Exa.; agora, como o seu conceito de representação e de parlamento é
completamente diferente do meu, e isso está explícito nos vários debates que
temos feito, V. Exa. esqueceu-se daquilo que, na minha opinião, é a novidade
desses últimos anos neste País, que até hoje o conceito da representação esteve
absolutamente fechado a ela: a sociedade começou a adquirir consciência e
começou a perceber que há um outro lado dessa moeda, que é chamado de política
e de cidadania, que é a participação. É evidente que os conceitos tradicionais
ficam nesse dilema.
Então, vejam bem, esse caso é
típico. Eu inclusive tinha apresentado, aqui, nesses 7 anos, talvez não mais do
que 2 ou 3 nomes de ruas, entretanto, o tipo de trabalho parlamentar que nós
fazemos, talvez todos os Vereadores do PT fazem, é um trabalho que combina a
representação política com a questão da participação, e aí é um canal direto.
Os nossos mandatos são espaços por onde a cidadania também se organiza e vê,
nesses Vereadores, aliados políticos, instrumentos políticos para consolidar a chamada
democracia participativa. Então, quanto às suas críticas, no que me cabe, no
que cabe ao Executivo, nós poderíamos ver se são corretas ou não, mas seria
absolutamente injustas para com a comunidade da Vila Nossa Senhora, que se
mobilizou, procurou, por “n” razões, este Vereador para que eu encaminhasse
esse conjunto de Projetos, porque eles, sob esse ponto de vista, nem cidadãos
ainda são. A denominação das ruas ainda é feita por letras: Rua A, Rua B, Rua
F, etc. e os próprios moradores adquiriram consciência no sentido de que eles
querem ter um nome na sua rua. Eles fizeram suas reuniões e, conforme os
abaixo-assinados anexos aos projetos, indicaram esses nomes de rua.
Este Vereador está sendo
apenas o instrumento através do qual os moradores estão chegando até o
Legislativo Municipal para que a chamada representação política se dê de forma
objetiva. Essas são as razões pelas quais esse conjunto de ruas está sendo
debatido aqui na Câmara.
O Sr. José Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Infeliz o Parlamento que tem que ficar discutindo precedência sobre
nome de rua. Durante todo o meu mandato anterior, apresentei dois projetos de
nomes de rua, porque foram retirados em assembléia de moradores. Fiz um esforço
enorme para que fosse aprovado o Projeto do Ver. Décio Schauren, que
estabelecia que os nomes de rua fossem escolhidos pela população. Só que esta
Casa acabou não aprovando-o. Se não houver a participação popular na escolha
dos nomes de ruas, a decisão é autoritária. Pode ser legal, mas é autoritário,
porque faz com que os moradores tenham que se submeter a uma definição de nomes
de ruas que, muitas vezes, nada têm a ver com a história da comunidade.
O SR. JOÃO MOTTA: Agradeço a V. Exa. pelo aparte. As placas das
ruas estão sendo elaboradas através de patrocínio de empresas da região. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. José Valdir está com a
palavra. Desiste. O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para discutir o PLL
nº 05/96.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu somente
iria votar a favor, mas o problema é que o Ver. João Morra arvora-se aqui em
Vereador diferente dos outros, que trabalha, que faz isso e aquilo. Talvez o
meu trabalho seja um pouco diferenciado.
Quando o Ver. José Valdir
entrava no Governo do Estado, como funcionário, sem concurso, nomeado pelo
Amaral de Souza, - naquela época ele deveria ter muito prestígio com o
Amaralzinho, e continua lá até hoje, vai aposentar-se assim provavelmente.
O Sr. José Valdir (Aparte anti-regimental): Concursado.
O SR. ARTUR ZANELLA: Não, primeiro foi a convite, depois fez o
concurso. Eu fiz concurso. O Ver. José Valdir não tem nada a ver com o assunto,
faz o possível para brigar com a Bancada do PDT, que vão-lhe dar o troco.
Volto ao debate sério com o
Ver. João Motta. Não sei por que, mas sempre que o Ver. João Motta faz um
pronunciamento aqui, o Ver. José Valdir fica fazendo piadinhas. Tudo bem, não
há problema, cada um faz do seu mandato o que quer. Digo ao Ver. João Motta que
vou votar a favor desse Projeto, porque a Vila Caiu do Céu foi invadida, era de
uma família de diversas pessoas, uma delas, se não me engano, era o
Vice-Prefeito de Pelotas, e houve uma crise grande nessa época, então um grupo
de pessoas que eram dirigidas pela Srª Leoni, pela Dona Maria Aparecida Cunha,
colocando como advogada a Ester Zucalmaglio, invadiram essa Vila. A Brigada e a
Polícia foram lá, foi uma batalha, uma guerra e, finalmente, essas pessoas
conseguiram manter-se lá, ou seja, na Vila Nossa Senhora Aparecida, chamada
antigamente de Caiu do Céu. Eu era Diretor-Geral na época, e essa Vila terminou
ficando lá. Quem fez a Declaração de Utilidade Pública foi o Dr. Guilherme
Socias Villela, eu levei o Decreto e quem fez um Decreto Estadual foi o Dr.
Chiarelli, então Secretário do Trabalho e Ação Social, que teve rompidas as
suas relações políticas, em Pelotas, com o vice-Prefeito, porque declarou esta
área de Utilidade Pública e os moradores lá estão.
Então, Ver. João Motta, V.
Exa. é um jovem, a história não começou com V. Exa. A história tem pontos
diferenciados, eu fui lá e acertei os nomes das ruas com a população. Um grupo
de pessoas, entre os quais eu me incluo, o Ver. João Dib, na época era
Secretário do Governo ou Secretário da SMOV, nós rompemos com políticos, eu não
apanhei por um acaso, mas pessoas que estavam comigo sofreram ação da Polícia,
essa Vila foi regularizada, foi uma das coisas mais dramáticas da época em que
terminou nesta Vila.
O nome Nossa Senhora
Aparecida não é a homenagem original, foi uma forma de homenagear a Dona Maria
Aparecida Cunha, da Vila São Borja, que na casa dela, na Vila São Borja,
situou-se o quartel general da operação de resistência contra uma ação judicial
em que o Juiz deu a ação de reintegração de posse. E a Brigada, a polícia foi
lá tirar as pessoas, baseado numa ação judicial, que foi resistida e resolvida
depois com esta Declaração de Utilidade Pública que gerou mais tarde uma
permuta. Então, essa tem efetivamente a mão do Ver. João Motta que discutiu com
os moradores os nomes das Ruas, mas tem também a população, a Administração da
época, o Ver. Artur Zanella, que era Diretor-Geral do DEMHAB que, contra tudo e
contra muita gente, levou um Decreto de Utilidade Pública para aquela área e
permitiu a permanência daquelas pessoas naquela zona. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): O Ver.
Décio Schauren está com a palavra. Ausente. O Ver. José Valdir está com a
palavra, para discutir o PLL nº 05/96.
O SR. JOSÉ VALDIR: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. eu já havia
colocado no aparte do nobre Vereador João Motta. Insisto que para os nomes de
ruas temos que encontrar uma forma para que eles tenham a participação e a
anuência dos moradores para quem vai se denominar a rua, porque senão
continuará sento um ato, embora legal, arbitrário desta Casa.
Aproveito para colocar uma
coisa que o Ver. Artur Zanella, em várias oportunidades, para desviar do tema
para vir com o assunto de que entrei no Estado sem concurso público. Quero
esclarecer que no tempo do Amaral de Souza não havia concurso público nenhum.
Ele fazia uma contratação emergencial e colocava os amigos dele nas melhores
escolas no Centro de Porto Alegre, e pegava as pessoas daqui e jogava, se
quisesse, lá na periferia.
Foi o meu caso, que entrei
por uma contratação emergencial pública, mas não era concurso, e fui dar aula
lá no Morro do Chapéu, em Cachoeirinha, porque eu não era amigo do rei,
Vereador. Este processo, graças à luta do Magistério, que o seu governo tanto
reprimiu, na época, conseguimos consagrar o concurso público. Eu não entrei por
nenhum esquema desses que V. Exa. insinuou. Aliás, logo que assumi nesta Casa,
V. Exa. teve que sair daqui muito constrangido, porque disse que eu havia
comprado irregularmente o terreno onde moro, na Vila Nova Gleba, e mostrei a
assinatura de V. Exa. que me vendeu o terreno. V. Exa. tem que parar com esse
tipo de insinuação.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Não vendi terreno nenhum para o José Valdir. Eu regularizei uma chave
que ele comprou irregularmente.
O SR. JOSÉ VALDIR: Não comprei nada irregularmente. V. Exa. já saiu
bastante constrangido daqui porque fez esse tipo de acusação, e eu trouxe o
documento aqui porque eu comprei terrenos comerciais, e V. Exa., na época,
inclusive cobrava uma taxa irregular de 20% sobre a transferência. Essas
negociatas suas estão lá nos anais da história.
O SR. JOÃO DIB (Questão de ordem): Sr. Presidente, a discussão na
tribuna deveria ser sobre a denominação “Rua Esperança”. Eu tenho esperança que
isto ocorra.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. João Dib.
O SR. JOSÉ VALDIR: Só para dizer que toda a vez que o Ver. Artur
Zanella vier fazer insinuações, aqui, eu vou responder as insinuações porque
não vou deixar passar nada sem resposta, principalmente insinuações que digam
respeito a mim. Não devo nada para ninguém, tenho um passado ileso e não vou
deixar que o Ver. Artur Zanella venha enlamear. Toda vez que V. Exa. fizer
insinuações, vai ter resposta.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria
que V. Exa. diligenciasse para retirar dos Anais a informação que o Ver. Artur
Zanella cobrava 20%. Quem cobrava 20% era o DEMHAB autorizado pelo Conselho
Deliberativo para punir as pessoas que compravam chaves de pobres pessoas que
eram enganadas na compra dessas chaves. Então, o DEMHAB cobrava 20% como multa
e punição para aqueles que compravam chaves do primeiro adquirente.
O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. José Valdir, como V. Exa. não estava na Câmara por um certo
período, estava como Diretor da FESC, V. Exa. fez uma afirmativa no início do
seu pronunciamento dizendo que a Câmara tinha que regularizar. O Ver. Décio
Schauren fez uma consolidação de questões de ruas que foi bastante discutido
nesta Câmara e resultou que, com logradouros irregulares, têm que haver a
concordância dos moradores. Já há uma democracia neste sentido para que não
seja imposto goela abaixo dos moradores nomes que eles não conhecem. Neste
sentido, a Câmara já legislou.
O SR. JOSÉ VALDIR: De fato, houve um hiato de 3 anos em que não
estive na Casa, mas a informação que tenho que o projeto original, o primeiro
projeto do Ver. Décio Schauren era mais amplo. Não foi aprovado nos 4 anos em
que estive aqui, de 89 a 92, era mais amplo. Depois, foi aprovado o que, em
parte, respondeu à preocupação do Ver. Décio Schauren.
O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. José Valdir é importante dizer que, no período em que V. Exa.
esteve na direção da FESC, nós aprovamos um projeto, e, para que pudesse ser
aprovado, tive que fazer algumas concessões porque o projeto previa que todos
os logradouros já habitados, deveria ser a população consultada. Acabou
acontecendo, apenas, com as vilas irregulares, que são a maioria em Porto
Alegre, mas se excetuaram algumas situações.
O SR. JOSÉ VALDIR: Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. João Dib. Desiste. Está
com a palavra o Ver. Décio Schauren, para discutir o PLL nº 05/96.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. inscrevi-me
neste debate porque, às vezes, muitos Vereadores se dizem democráticos, mas não
são tanto assim. Como referiu o Ver. José Valdir, esse projeto sobre a
denominação de logradouros, cuja questão mais importante é a consulta aos
moradores no caso da denominação da sua rua, esse projeto levou três anos, foi
três vezes à votação, e não foi aprovado.
Não considero que isso
represente tirar o poder de deliberação dos Vereadores, mas, ao contrário, é
uma questão de respeito à consulta aos moradores de uma determinada rua que vai
ser denominada. Eu acho que essa possibilidade dos moradores poderem escolher o
nome, como acontece neste caso, desta rua que está sendo denominada pelo Ver.
João Motta, mas que na verdade o nome foi escolhido pelos moradores, considero
ser uma questão fundamental, não só para que seja democratizada, mas também
para recuperar a história de uma determinada rua ou logradouro. E vejam que o
Ver. Jocelin Azambuja disse que ele só dá nome de figuras que, de fato,
contribuíram para a Cidade, que são importantes. Isso é muito subjetivo. Se eu
for dar o nome de rua “coronel não sei das quantas” - não há nada contra os
coronéis nisso - podem os moradores de determinada rua não conhecer o “coronel
não sei das quantas”. No entanto, em muitos casos, como o da Rua Volta das
Cobras, que era um nome tradicional, os moradores substituíram este nome, que
não era oficial, pelo nome do Dr. Manoel José Lopes Fernandez, que era um
brigadiano, médico, que cuidava do Posto de Saúde daquele local, e que era uma
pessoa bem quista por todos os moradores daquele lugar, tanto que o projeto que
veio para a Câmara veio com mais de 500 assinaturas. Praticamente houve uma
unanimidade.
O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) O seu Projeto, com o qual, inclusive, contribuí, acabou saindo à
média, porque não podemos ter a veleidade de fazer leis perfeitas e de acordo
com a nossa exclusiva opinião. A nossa saiu bem, porque temos duas opções em
Porto Alegre: uma, que é a dos logradouros regulares, quando as localidades
participam; outra, que dá o direito de personalidades serem homenageadas.
Quando as localidades rejeitarem, podem fazê-lo. No Rio de Janeiro, o Sr. César
Maia quis “ex abrupto” colocar o nome de Tom Jobim na Vieira Souto, uma das
principais do Rio de Janeiro; a população da Vieira Souto se revoltou e ele
acabou refluindo. Há mecanismos, também, democráticos, de rejeição.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Há duas situações. O Projeto tem uma
maleabilidade, na medida em que aqueles logradouros em loteamentos onde ainda
não há moradores, podem receber uma denominação onde o Vereador escolhe e
homenageia uma determinada personalidade. Aquelas ruas, na sua grande maioria,
de fato, são em vias irregulares, que já são povoadas, é absolutamente justo,
uma questão de respeito, que o Vereador proponha uma consulta à população
daquela rua, ou então pode ser de iniciativa da própria população da rua, que
venha apresentar uma proposta ao Vereador.
Neste ponto o projeto ficou
bom e se soluciona uma questão que na vila onde mora o Vereador José Valdir,
que polemizou aqui da tribuna também, aconteceu um caso que ocorreu no primeiro
mandato que este Vereador teve aqui na Câmara.
A população da Vila Santa
Rosa trouxe, aqui, algumas placas que os próprios moradores se reuniram e
derrubaram dos postes, porque essas placas apareceram de uma hora para outra
sem que a população fosse consultada ou soubesse quem eram as figuras que
estavam lá nas placas dos postes. Então eles consideraram isso um desrespeito e
se rebelaram.
Em função disso, Sr.
Presidente, é que este Vereador teve a iniciativa de fazer aquele projeto que
nós aprovamos em 1994. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. Airto Ferronato.
Desiste. Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 05/96. (Pausa.) O Ver.
Jocelin Azambuja está com a palavra, para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fiz
questão de vir encaminhar este Projeto porque achei muito importante as
reflexões que foram feitas aqui acerca das questões que envolvem as ruas de
nossa Cidade. Nunca fui servidor público não me envolvi em lugar nenhum e fiz
os meus financiamentos pelo BNH e tal e já paguei o meu apartamento, graças a
Deus.
Na minha rua, e assim também
em todas as ruas de Porto Alegre, se vê que sempre foi uma preocupação de todos
dar nomes de pessoas respeitáveis da nossa comunidade. Tenho certeza, e como já
disse em meu discurso anteriormente da tribuna, que todos os Vereadores
petistas, inclusive, o Vereador João Motta, têm dado nome a pessoas que
merecem. Não acredito que nenhum Vereador de Porto Alegre tenha apresentado
algum projeto com nome de rua de alguém que não tivesse a respeitabilidade para
levar um nome de rua na Cidade. Fiz uma reflexão e ainda vou fazer um
levantamento dos nomes de ruas que os partidos do governo já deram em Porto
Alegre, para que nós possamos ver o tipo de tratamento que é dado, aqui, nesta
relação. Independente da vontade das comunidades, que é fundamental que elas
seja consultadas, sobre nomes de rua em Porto Alegre, é o mínimo que se pode
fazer como bom senso. E isso eu fiz antes de existir lei nesse sentido, eu fiz
essa consulta. Achei que foi muito positivo. O Ver. João Motta tem o nosso
apoio ao seu projeto que denomina a rua, lá na Vila Esperança, e em todos os
outros que ele apresentar nesta Casa. Vamos sempre apoiar os projetos quando os
critérios adotados forem importantes.
Agora, que esse trabalho da
SMOV tem que melhorar e que tem que ser de atendimento igual para todos, isso é
fundamental. Não podemos ficar com placas penduradas nas mãos de funcionários.
Isso tudo custa dinheiro. Ir lá na Lomba do Pinheiro três, cinco, dez vezes
atrás de uma placa de rua, que é obrigação do Município fornecer, isso é uma
irresponsabilidade. Independente de gostarem ou não da gente, estão desrespeitando
este poder, estes Vereadores e isso não é o tipo de coisa que se deva fazer em
administração pública. Parece que se usam critérios negativos nessas relações.
Mas, são as teses governamentais petistas que preponderam, é a forma deles
administrarem a cidade e respeitarem os Vereadores desta Câmara. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o PLL
nº 05/96. O Ver. João Dib solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO o PLL nº 05/96 por 21 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 0634/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/96, de autoria do Ver. Luiz Braz, que denomina Rua CGM
um logradouro irregular, localizado no Bairro Praia de Belas.
Pareceres
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Luiz
Negrinho: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Jocelin
Azambuja: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 25/96. (Pausa.) Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de
autoria da Vera. Clênia Maranhão, solicitando que o PLCE nº 28/94 seja
considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões
Permanentes.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) O Ver. João Dib solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento da Vera. Clênia
Maranhão por 19 votos SIM e 02 votos NÃO.
(Obs.: O resultado da votação
ora apregoado foi retificado pelo Sr. Presidente, posteriormente, para 19 votos
SIM e 01 voto NÃO.)
Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Henrique Fontana, solicitando que o PLE nº 34/96, que desafeta
área para regularização fundiária, seja considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes.
Em votação o Requerimento.
O SR. JOÃO DIB (Questão de ordem): Para que eu pudesse votar, o que
vai se constituir a regularização fundiária?
O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de ordem): Os dois processos que
nós estamos com Requerimento de votação de urgência são os dois que excluem a
área da Vila Cosme e Galvão, porque os Vereadores em reunião hoje pela manhã
decidiram fazer uma visita, primeiro, à área para, depois, discutir aquele
tema. Então, os dois processos são referentes à área da Vila Jardim e à área da
Nova Brasília. Gostaria de esclarecer ao Ver. João Dib que esse é o
encaminhamento que está dado nesse Requerimento de Urgência.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar
o Requerimento do Ver. Henrique Fontana.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho sinceras
dúvidas quanto à área da Bom Jesus: se são logradouros destinados a praças, ou
não, e se esses logradouros serão utilizados para outro processo - Vila
Planetário, por exemplo. Nesse caso, entendo que a Lei Orgânica não dá
cobertura para esse tipo de desafetação, para depois transformar em Direito
Real de Uso. Se isso acontece, eu gostaria, antes de me manifestar pela
urgência, ou não, que a Procuradoria da Casa - no caso da Vila Jardim, eu sei
que não é área reservada para praça, ou até talvezseja - se manifestasse ao
art. 1º das disposições transitórias da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. Por enquanto, eu votarei não.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa
quer fazer uma retificação, assumindo o ônus da culpa, na votação anterior,
quando apregoamos 18 votos “sim” e dois votos “não”. Para que conste nas notas
taquigráficas, o resultado correto é: 19 votos “sim” e um voto “não”. O
Secretário “ad hoc”, Jocelin Azambuja, se equivocou.
Com a palavra o Ver. Henrique
Fontana, para encaminhar o Requerimento de sua autoria referente ao PLE nº
34/96.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no
sentido de esclarecer os Srs. Vereadores, que mesmo que o Ver. João Dib tenha
dúvidas, a votação do Requerimento de Urgência obviamente, não impede que as
dúvidas sejam avaliadas e analisadas.
Por isso, solicito apoio ao
Requerimento de Urgência, porque são duas áreas que estão em processo de
regularização fundiária, uma delas na Vila Jardim, e a outra na Vila Brasília.
São áreas de que precisamos avaliar o processo com urgência porque dependem de
financiamento da Caixa Econômica Federal para continuar o processo de regularização
fundiária porque, conforme perguntou o Ver. João Dib, e eu respondo ao
Plenário, inclui diversas melhorias de cunho urbano nessas áreas. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos, em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana, solicitando que o PLE nº
34/96 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das
Comissões Permanentes. A votação será nominal. (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 16 votos SIM e 02 votos NÃO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana, solicitando que o PLE nº 32/96, seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões Permanentes.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) A será votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 16 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
Sobre a mesa Requerimento Nº
112/96, de autoria do Ver. João Verle, solicitando Moção de Apoio à Greve dos
professores e funcionários de Universidades Federais em defesa da reposição de
seus salários.
Visivelmente, não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 12h13min.)
* * * * *